A idosa de 85 anos que foi abandonada pelo filho, um advogado de 58 anos, em uma unidade de saúde em Goiânia, morreu na última quarta-feira (9) após seis dias internada em estado gravíssimo na UTI da Santa Casa de Misericórdia.
A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Goiás, que investiga o caso como maus-tratos com resultado de morte, além de abandono material e exploração financeira.
O filho da vítima foi preso em flagrante no início de abril, após a denúncia de uma assistente social do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Jardim América, que percebeu que a idosa havia sido deixada no local por uma pessoa não identificada e apresentava sinais evidentes de negligência.
A mulher estava desnutrida, com lesões pelo corpo, suja de fezes e urina, sem conseguir respirar direito ou se comunicar com clareza.
A identificação da vítima foi possível graças ao trabalho de papiloscopistas da polícia, que localizaram dois filhos da idosa e, a partir daí, encontraram o endereço do advogado.
Durante a abordagem em seu apartamento no Setor Oeste, o homem alegou que cuidava da mãe “da melhor forma possível” e que a havia deixado no Cais dois dias antes da denúncia por conta da piora do estado de saúde dela. Ele afirmou ainda que pretendia visitá-la posteriormente.
Contudo, os policiais constataram, durante a inspeção na residência, a ausência de alimentos básicos, reforçando as evidências de negligência.
Além do abandono, a investigação apontou que mais de 60% da pensão da idosa — que era viúva de um magistrado — estava comprometida com empréstimos feitos pelo filho, sem qualquer benefício para a vítima.
Essa foi a segunda vez que o advogado foi preso por crimes contra a própria mãe. Ele já havia sido detido em junho do ano passado, mas foi liberado mediante medidas protetivas que o impediam de se aproximar da idosa — o que, segundo a polícia, não foi respeitado.
O outro filho da mulher, que mora em São Paulo, foi comunicado sobre a situação e viajou a Goiânia para arcar com os custos do tratamento da mãe. Ele também informou à polícia que solicitará a curatela para impedir novos abusos.
O nome do advogado não foi divulgado pela polícia e, por isso, a CNN não conseguiu contato com a defesa até o momento.
*Sob investigação
