Nesta terça-feira (15), um casal foi preso na ilha de Mallorca, na Espanha, suspeito por criação e venda de gatos exóticos.
De acordo com um comunicado da Guarda Civil, foram encontrados 19 felinos de diferentes raças, incluindo um lince do deserto e dois servais, também conhecidos como gatos “Savannah”.
“Os detidos vendiam diferentes espécies de animais, como tigres-brancos, leopardos-negros, hienas e pumas, para diferentes partes do mundo pela internet”, completou a polícia.
Ainda de acordo com o comunicado, os investigadores apreenderam diversos documentos, como mais de 40 passaportes de animais vindos da Rússia, Belarus e China, além de dois computadores, três celulares e dois pen-drives.
A investigação começou em março, quando o Serviço de Proteção da Natureza (Seprona) espanhol recebeu relatos de que um casal estava criando gatos exóticos em uma propriedade em Mallorca, antes de vendê-los online.
A operação também descobriu uma organização criminosa global que incluía criadores, traficantes e veterinários ilegais.
As autoridades disseram que o casal tinha uma presença “extremamente ativa” nas redes sociais e que a operação de criação era apenas “a ponta do iceberg”.
O casal é acusado de fazer parte de uma rede internacional de tráfico de animais selvagens que contrabandeou a maioria deles para a União Europeia, vindos da Rússia, Belarus e Ucrânia, através da fronteira entre a Polônia e a Belarus.
Entre as espécies colocadas à venda, estava um leopardo-Nebuloso, com um preço inicial de 60 mil euros (R$ 398 mil), informou a polícia.
Os animais apreendidos, que incluíam 16 mestiços, foram temporariamente alojados no Safari Zoo de Son Servera, em Mallorca. Eles serão posteriormente realojados permanentemente na cidade portuária de Alicante, na Espanha continental.
Essas espécies requerem muito espaço e também podem ser perigosas para os humanos, disse a Guarda Civil.
Como resultado, os traficantes começaram a tentar cruzar espécies como o lince-do-deserto com gatos domésticos para produzir animais exclusivos, mas menos perigosos, acrescentou o comunicado.
Todos os animais apreendidos são protegidos pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), um acordo internacional para a proteção de certas espécies.
O casal é acusado de crimes contra a vida selvagem, contrabando, falsificação de documentos e conspiração criminosa.
De acordo com o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), acredita-se que a União Europeia seja o terceiro maior destino de vida selvagem ilegal, bem como “um centro de trânsito crucial para o comércio ilegal de vida selvagem”.
